O internacionalista está apto a conduzir relações entre empresas, nações e povos nas áreas políticas, econômica, social, comercial, militar, cultural e jurídica. É possibilitado a analisar o cenário mundial, investiga mercados e a situação política dos países.

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Relações Internacionais

O curso de Relações Internacionais teve início no Brasil em 1974, na UNB (Universidade de Brasília) e atualmente está em mais de 100 instituições reconhecidas pelo MEC. O internacionalista é considerado generalista, pois durante os estudos compreende o cenário internacional em diversos aspectos.

As Relações Internacionais (RI ou REL) são estudos sistemáticos das relações políticas, econômicas, culturais e sociais entre dois ou mais países com destaque no sistema internacional. Seja por meio dos Estados, empresas transnacionais, organizações internacionais, organizações não-governamentais ou cidades globais. Além da Ciência Política, as Relações Internacionais imergem em campos como a Economia, História, Direito Internacional, Sociologia, Geografia, Psicologia, Antropologia, Estatística, Geopolítica, Filosofia, Administração, Comércio Exterior, Logística e estudos culturais.

A diferença entre RI e Comércio Exterior

Os cursos de Relações Internacionais e Comércio Exterior são considerados semelhantes, porém a estrutura curricular e o perfil profissional são completamente diferentes. Com o passar dos anos e o avanço da globalização, a cadeia produtiva e de suprimentos de muitos produtos e serviços são atribuídas a diversos países, que aplicam determinadas legislações aduaneiras, bem como aspectos políticos e econômicos distintos. As relações comerciais entre os países podem ser ampliadas por meio do relacionamento entre eles, para tanto, a negociação estratégica estuda não apenas o produto, e sim, o local, a empresa, aspectos econômicos e políticos, para alcançar um espaço competitivo no mercado internacional.

Os profissionais das duas áreas são essenciais para quem deseja ampliar os horizontes comerciais. O especialista em COMEX, com visão microeconômica, conhece os termos comerciais, documentação, tarifas, logística e toda a área técnica da exportação e importação. Por outro lado, o Internacionalista, com visão macroeconômica, é especialista nas questões diplomáticas, política internacional, análise de cenários e conjuntura internacional. Desta forma, os principais assuntos analisados são: globalização, soberania, sustentabilidade, energia, estratégia, negociação internacional, proliferação nuclear, nacionalismo, desenvolvimento, geopolítica, administração pública, sistema financeiro, terrorismo, crime organizado, religião, segurança humana, segurança internacional, intervencionismo, relações governamentais, direitos humanos, teorias internacionais, paradiplomacia, diplomacia corporativa, marketing internacional, economia criativa internacional e internacionalização.

Paradiplomacia e cidades globais

Em busca de autonomia e independência, a tendência das cidades e municípios objetiva defender seus interesses na conjuntura internacional num sistema globalizado. Desta forma, os governos subnacionais atuam com o auxílio de instrumentos e estratégias que até então pertenciam exclusivamente aos governos centrais. A internacionalização de governos locais visa alcançar escopos regionais e municipais de desenvolvimento. Neste cenário nasce o conceito de paradiplomacia, ou seja, o conjunto de ações que estabelecem aos municípios termos de relações externas. Sendo um conceito contemporâneo, os Estados têm dificuldade em absorvê-lo, visto que a paradiplomacia questiona a exclusividade do relacionamento internacional. Algumas cidades contam com auxílio de Secretaria Municipal de Relações Internacionais, que buscam, por meio de sua estrutura trilateral (governo central, governo local ou regional e os atores internacionais) cooperação ou parceria. Por exemplo, desde 2012 a cidade de São Paulo e a cidade de Houston possuem uma agenda de cooperação com o intuito de promover relações produtivas entre as partes. Portanto, acordos políticos e econômicos podem aplicar o conceito para negociar estratégias e acordos bilaterais entre cidades globais.

Uma das atividades atribuídas é estabelecer escritórios permanentes em cidades no exterior, visando à captação de investimentos, promover o comércio e divulgar o potencial turístico. Por outro lado, é um conceito aplicado também em participação de feiras e eventos internacionais tendo em vista a promoção de produtos e serviços. Igualmente na participação de delegações em eventos ou missões que envolvam temas globais ou até mesmo sediando eventos internacionais, como por exemplo, a Copa Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.

As Secretarias de Relações Internacionais no Brasil estão localizadas no Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Roraima, Rondônia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins, e em outras prefeituras municipais.

Mercado

Este profissional pode atuar em diversas áreas relacionadas a relações internacionais políticas, comerciais, diplomáticas, cooperativas, subnacionais e transnacionais. O internacionalista pode trabalhar na iniciativa privada, bancos internacionais, câmeras de comércio, associações setoriais, agências governamentais, pesquisa acadêmica, think tank, diplomacia política e comercial, organizações internacionais, comércio internacional, terceiro setor, ONGs, missões de paz, cooperação internacional, paradiplomacia, relações governamentais, relações institucionais e empreendedorismo.

Características

As principais características do internacionalista são: pensamento estratégico, sistêmico e analítico, humanista, adaptabilidade, rapidez, curiosidade, proximidade, foco, integração entre empresa e sociedade, facilidade de networking, competência intercultural, tolerância, empatia, capacidade de compreender diferenças, treinamento contínuo e extensivo, autoconhecimento, visão abrangente, facilidade na comunicação, inovação, objetivo, sabe delegar, espírito empreendedor, compreensivo e racional. Os idiomas básicos, inglês e espanhol, são primordiais para o profissional que deseja entrar no mercado. Outra língua será necessária de acordo com o mercado de atuação e pesquisa escolhidas.

O salário do internacionalista pode variar entre R$ 3 a 20 mil. Vale a pena investir em conhecimento diário e se aprimorar com estudos diversos. “O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis”, já dizia Voltaire.

Publicado no Portal Administradores